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quinta-feira, 14 de julho de 2011

mais um trecho do meu livro - capítulo 2

JOSÉ – CONTE AS BENÇÃOS
Qual terá sido a reação dos irmãos de José ao ouvirem, de sua própria boca, que o desmoralizado, humilhado e escravo era agora um homem poderoso, uma autoridade de Deus. Como é difícil imaginarmos o desabafo e a emoção daqueles homens que por tantos anos guardaram segredo, enganando o próprio pai.

Eles esperavam e imaginavam de tudo durante a viagem ao Egito:
• morte na ida ou na volta;
• serem roubados
• doenças;
• encantamento com a bonança do Egito;
• poderiam arrumar emprego e moradia;
• confusão, mortes e prisão;
• poderia acontecer algo de ruim com Jacó, pois havia ficado sozinho;
• se perderem durante o trajeto;
• poderiam ser confundidos com ladrões ou salteadores;
• esperavam ate mesmo reencontrar José, no meio do caminho mendigando, doente ou até o mesmo o seu túmulo.

Imaginaram tudo, exceto serem interrogados por uma grande autoridade egípcia, que falava e entendia o idioma deles. Seria loucura imaginarem que aquele homem tivesse a mesma linhagem e origem semita. O sobrenome, então, não poderia sequer ser cogitado, seria uma afronta ao Egito. Se estivessem em pleno curso de suas faculdades mentais jamais pensariam em tamanho ultraje.

Havia um grande abismo entre eles, mas ao mesmo tempo, era possível enxergarmos uma ponte, uma ligação, bem mais forte que toda aquela situação. Era algo que tinham em comum, o lastro familiar, pois todos eram filhos do mesmo pai (GLÓRIA A DEUS).


A REVELAÇÃO
Antes de se revelar José ordenou que todos os varões egípcios saíssem, pois somente os filhos de Abraão presenciariam os fatos que se seguiriam após. Os irmãos ficaram assustados, imaginando que talvez ele conhecesse a história de seus antepassados hebreus, ou fossem descendentes de Ismael, Esaú ou um dos filhos de Abraão com Quetura.
O espanto seria maior se ele tivesse ordenado que somente os filhos de Jacó permanecessem na sala. De tão céticos que eram olhariam para os lados esperando José aparecer maltrapilho, sujo, doente e imundo. Certamente pensariam que seu irmão estivesse preso e agora seriam julgados por uma autoridade egípcia.

Joelhos tremeram, dentes bateram um no outro, ossos foram desconjuntados, corações aceleraram, adrenalina a mil, espanto geral, vestes rasgadas, prantos no último volume, gritos de desespero e homens caindo ao chão clamando por misericórdia e perdão, atitudes foram reavaliadas, o passado remexido. Eram os filhos de Jacó se reconciliando.

O silêncio foi geral e necessário, pois José se revelou aos seus irmãos, que imaginavam a sentença que lhes seria proferida pelo irmão, mas novamente foram surpreendidos ao ouvirem somente o testemunho das bênçãos e providências recebidas de Deus, nada de vingança. Enquanto falava os seus irmãos ficaram pasmados, somente ouvindo, não encontraram motivos ou palavras para interrompê-lo.
Foram necessários quinze versículos, do capítulo 45 de Gênesis, para que José contasse toda a sua trajetória, desde a cova, sua primeira morada e o primeiro estágio daquela situação, até a glória e reconhecimento no Egito:

• 1 – Somente quem fosse da linhagem patriarcal poderia presenciar aquela cena;

• 2 – Os gritos que para os egípcios parecia choro, para José era a sensação da vitória, alegria e voz de júbilo;

• 3 – Revelou sua identidade, mas a voz quase não saiu quando perguntou sobre seu pai;

• 4 – Chamou de irmãos aqueles homens, ao menos isto os tranqüilizou temporariamente. Chamou-os para perto, eles foram, com medo? Pasmados, boquiabertos? O que era tudo aquilo?

• 5 – Se alegrar, por fora, seria fácil e por dentro? Angústia, medo? O pior foi ouvirem que tudo aquilo havia sido uma permissão de Deus, para que a sua vida fosse preservada, caso contrário poderia ter sido morto. Agora era necessário esclarecer o motivo da brusca separação de sua família, mas qual seria a missão tão importante que Deus havia determinado para José?

• 6 – Administrar todo o mantimento daquela região durante o período de fome. Esta foi a missão de José;

• 7 – José mencionou que sua missão não era somente resguardar da fome toda a nação egípcia e seus vizinhos, mas sim deixou claro que foi de vital importância para conservar a sua linhagem, origem, família e história;

• 8 – Se tornou pai de Faraó, senhor de toda a sua casa, regente de toda a terra do Egito. Isto era para deixar qualquer um de boca aberta;

• 9 – Agora eles dariam reverência a José e seriam os agentes que comunicariam ao pai que José ainda estava vivo e que era um homem muito importante no Egito;

• 10 – Buscariam o pai para contemplar a vitória do irmão;

• 11 – Seriam sustentados por José durante os cinco anos que ainda restavam de fome;

• 12 – Para que não duvidassem da veracidade de toda aquela história, José usou seu irmão menor como pedra de testemunho;

• 13 – Deveriam contar a Jacó toda a glória alcançada por José no Egito;

• 14 – Benjamim olhou para ele e viu ali um exemplo a seguir, que bom foi ver seu irmão trabalhando, que visão maravilhosa, bem diferente da que José teve quando foi ver seus irmãos pastoreando;

• 15 – O que mais José poderia dizer. Acabaram as palavras, as lágrimas não, restava somente uma coisa. Abraço coletivo e continuar chorando com eles.

O problema anteriormente de José era, desta forma, transferido para os seus irmãos, pois como contariam ao pai toda aquela história e como imploraram o perdão do velho patriarca? Qual seria a reação de Jacó ao ouvir toda aquela miscelânea de maldades?

Certamente que com o tempo se sentiram culpados pela tristeza do pai, mas agora estavam livres daquela tenebrosa angústia. Verdadeiramente estavam libertos.

Descobrir que José estava vivo, depois de tanto tempo, e que era um homem tão poderoso, criou em Jacó expectativa e ansiedade por revê-lo, abraçá-lo e tocá-lo. Esse foi o momento de maior alegria de sua vida, bem diferente de quando soube da morte de seu filho, o que acabou com a sua vontade de viver. Um sonho maravilhoso ao ver todos reunidos e se perdoando um ao outro.

Extraído do livro: Criado, eleito, perdido e resgatado
em fase de revisão

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