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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

As bênçãos de Israel e o que cabe à Igreja. Plano de aula.

TEMPORAL OU ETERNO
INDIVIDUAL OU COLETIVO
CIRCUNSTANCIAL OU PERMANENTE
ABRAÃO – BÊNÇÃO PARA AS NAÇÕES
TODAS AS FAMÍLIAS (Gn) – TODOS VÓS (At)
ISRAEL! TU ÉS UMA NAÇÃO E NÃO UM IMPÉRIO

LIÇÃO 5 – 1º TRIMESTRE 2012

PROPOSTA DA LIÇÃO:
• Bênçãos pessoais, nacionais e universais. Deus pensou em tudo;
• As bênçãos contemplam o presente e apontam para o porvir;
• Bênção individual: Deus tratando com pessoas e não com nações;
• Bênção social: “[...] em ti serão benditas todas as famílias da terra”;
• Bênção geográfica: exclusividade de Israel. A posse é deles;
• Bênção política: relacionamento de Israel com seus vizinhos hostis;
• Benção global: salvação e o derramamento do Espírito Santo;
• Bênção: transitória, coletiva, material, eterna, individual e espiritual;
• As bênçãos do Antigo Testamento se cumpriram no Novo;
• Ideal de vida espiritual: voto de pobreza?

INTRODUÇÃO
Tanto Israel quanto a igreja, necessitam das bênçãos de Deus, mas ambos sempre tiveram ou tem conceitos errados sobre este assunto.

Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, as bênçãos de Deus dependiam do correto relacionamento do homem com Deus, no entanto, as duas instituições envolvidas, neste contexto, nunca entenderam desta forma.

A finalidade das bênçãos para Israel era, primeiramente exaltá-lo sobre as outras nações, garantindo depois a posse de uma terra física, fruto de sua fidelidade a Deus (Gn 17.8; Ex 3.17), enquanto que para a igreja a finalidade é outra, completamente diferente, já que temos a promessa de sermos separados deste mundo, para a pátria celestial (II Ts 4.13-18; Ap 21.1-7), portanto as promessas feitas a um não terão o seu cumprimento no outro, mesmo que busquem, iludidos pelo engano.

Por isto que existe a necessidade de distinguirmos a atuação divina em cada uma destas instituições, pois mesmo diante da dificuldade de entendermos o que foi destinado a um e o que foi prometido ao outro se torna necessário o estudo profundo para que não venhamos a nos iludir com promessas que jamais se cumprirão em nossa vida.

Um dos maiores erros, de muitos teólogos da prosperidade, é a interpretação equivocada de promessas que foram destinadas a Israel, pois confundem os destinatários e iludem a muitos que ficam esperando o cumprimento e se desagradam até mesmo desfalecem na fé.

I. ABRAÃO E O ASPECTO PESSOAL DA BÊNÇÃO
1. O ALCANCE INDIVIDUAL DAS BÊNÇÃOS.
As promessas de Deus para Abraão contemplavam o presente, eram circunstanciais e temporais, mas também apontavam para o porvir e sinalizavam algo permanente e eterno.
Deus tratou diretamente com Abraão (Gn 12.1-3), o patriarca, que saiu de Ur dos Caldeus, motivado pela expectativa do cumprimento das promessas, que não tinham cunho material ou financeiro, mas que diziam respeito ao seu povo, a sua nação e descendência. As bênçãos seriam destinadas primeiramente aos hebreus e depois foram estendidas à igreja.
Abraão abandonou, o que considerava importante, na esperança de uma terra desconhecida (Hb 11.8). Confiou na promessa de Deus que lhe garantia as bênçãos e abriu oportunidades para que a igreja recebesse a mesma porção (Gl 3.13-14), que se concretizará na conquista da pátria celestial, pois a esperança, de Abraão assim como a da igreja, estava no porvir (Hb 11.9-16; Ap 21.1-4; 22.1-5).

a) Exemplos de promessas de bênçãos individuais:
• Noé (Gn 6.18), Isaque (Gn 26.2-4), Jacó (Gn 28.13-15), Ezequias (Is 38.5), Paulo (At 9.15-16);
• Promessas especificas para Abraão: um filho (Gn 15.4); se tornaria pai de numerosas nações (Gn 17.6,7); posse de Canaã (Gn 17.8);

2. O ALCANCE SOCIAL DAS BÊNÇÃOS.
De que adiantaria Abraão ser tão abençoado e possuir bênçãos materiais se não proporcionasse a outros (Gn 23.1-6) o mesmo direito, através de seu testemunho e confissão. Pela obediência todas as famílias da terra seriam benditas (Gn 12.3), mas para isto era necessário que ele atentasse para as necessidades dos que o rodeavam (Gl 3.8-9).

A bênção para Israel foi a sua elevação à condição de nação, a exaltação diante das outras (Dt 28.1). Em nenhum momento eles se deveriam ostentar qualquer outro sentimento que não a gratidão por esta posição (Dt 28.3). O privilégio não dava direito de oprimir aos outros povos, era simplesmente uma posição de destaque entre as demais, uma demonstração de grandeza espiritual, capaz de fazer com que todos entendessem que Deus estava no meio deles (Dt 6.4), portanto aquela posição, em hipótese alguma, poderia ser usada como trampolim para elevação social. Não estavam qualificados para dominarem aquela região ou o mundo, mas pelo contrário demonstrava a grandeza espiritual, que deveria ser vista neles. Esta visão é muito diferente da que os mestres da teologia da prosperidade pregam.

Mesmo que não seja a nossa meta principal, alguns são agraciados com a prosperidade material, mas para tanto é necessário que os tais se lembrem que tudo é dado por Deus e que não deve confiar nas suas riquezas, as quais são passageiras (I Tm 6.17).

II. ISRAEL E O ASPECTO NACIONAL DA BÊNÇÃO
1. O ALCANCE GEOGRÁFICO DAS BÊNÇÃOS.
A partir de Abraão, Deus prometeu constituir uma grande nação a fim de perpetuar o seu nome entre eles. Israel teria a sua própria identidade e por isto necessitava de uma terra para fazer dela sua possessão (Gn 13.15; 15.18; 17.8; 26.4; 28.13; Lv 20.24).

A posse daquela terra era conferido a Israel, através da benção nacional, que não abrangia o restante da humanidade, muito menos a igreja, em sua maioria constituída de gentios, portanto há necessidade de conhecermos para distinguirmos o teor de cada promessa para não criarmos falsas esperanças diante da expectativa do cumprimento de promessas, que sequer foram direcionadas a nós.

a) Promessas especificas de cunho geográfico feitas a Israel:
• Terra (Gn 12.1; 13.15; 15.18-21; 17.7-8; 26.3-4; 28.13-14; Lv 20.24);
• Restauração e o reino do Messias (II Sm 7.10-16; I Re 9.5; Is 9.6-7; Ez 34.23-24; 37.24-25; Lc 1.31-33);
• A terra da palestina será ampliada (Zc 14.4);
• Fontes de mananciais de águas abundantes (Ez 47.1-11); Zc 14.8);
• A produção da terra será ampliada (Is 32.15; 35.1; Ez 47.12; Am 9.13);

Israel não é apenas um acidente na história da humanidade (como pregam os mestres da teologia da substituição), mas aguardam ansiosos o cumprimento destas promessas para que contemplem a restauração plena do reino esperado por eles.

2. O ALCANCE POLÍTICO DAS BÊNÇÃOS.
Israel está localizado em um meio hostil, por isto depende da guarda divina (Dt 28.7). Esta dependência está englobada nas bênçãos de natureza política, as quais influenciariam no seu relacionamento e convivência com as nações vizinhas.

Sem a proteção Divina, certamente Israel não sobreviveria diante de seus inimigos que, às vezes, se aproveitavam de suas fraquezas e erros, para oprimi-los, mas sempre que se voltavam a Deus, eram respeitados e recebiam o reconhecimento como nação diferente dos demais.

3. O ALCANCE GLOBAL DAS BÊNÇÃOS.
A promessa feita a Abraão e confirmada a outros patriarcas (Gn 12.1-3; 26.2-4; 28.13-15), contemplavam o presente, mas também apontavam para o futuro e tinham um caráter coletivo e global.

Exemplo disto vemos nas promessas feitas a Abraão, pois a benção da salvação não foi apenas destinada à sua posteridade, mas para todos os povos (Gn 12.3), assim como o derramamento do Espírito Santo que, embora tenha sido feita a Israel, acha-se disponível a todos que recebem Jesus como salvador (Jl 2.28-31; At 2.39).

III. A IGREJA E O ASPECTO UNIVERSAL DA BÊNÇÃO
1. TRANSITÓRIO VERSUS ETERNO.
As bênçãos do Antigo Testamento, sombra de coisas superiores que estavam por vir (Hb 10.1) se cumpriram no Novo, pois foram prometidas e tiveram o seu fiel cumprimento, daí o seu caráter temporal em contraste com as promessas da Nova aliança (Hb 8.13; 10.34), as quais são eternas e se cumprem ou terão seu cumprimento na igreja.

A Igreja, objetivo final e máximo de Deus, é uma criação que passou a existir após o ocorrido no dia de Pentecostes e existirá até ao dia do arrebatamento (I Ts 4.13-17), portanto ela não tem nenhuma ligação ou relação com as bênçãos ou maldições proferidas a Israel, pois enquanto a este foi prometido a posse de uma terra física (Gn 17.8; Ex 3.17), para aquela está reservada a posse do lar celestial (Ap 21.1-7).

a) Promessas de bênçãos para a igreja:
• A promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23);
• A justificação (Gl 2.16; 2.21);
• A liberdade (Gl 4.8-10; Gl 5.1);
• A promessa do Batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; Jo 14.16-17; At 2.38,39; Gl 3.2);
• A adoção de filhos (Jo 1.12; II Co 6.18; I Jo 3.1,2);
• Herança espiritual de filho de Deus (Rm 8.14; Gl 3.18);
• Vida (Gl 3.21; Rm 8.2);
• Remissão de pecados (Mt 26.28; Hb 8.12);
• Um novo coração (Jo 14.23, 27; 15.11; Hb 8.10);
• Cura Divina (Tg 5.14-15)
• A promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10).

2. MATERIAL VERSUS ESPIRITUAL.
É evidente que as bênçãos eternas também podem englobar o transitório, assim como o coletivo também pode contemplar algo individual. Por outro lado as promessas espirituais também podem atender as nossas necessidades físicas e materiais, mas o que deve ser bem destacado é que o material jamais poderá se sobrepor ao espiritual.

As bênçãos da Antiga Aliança, por exemplo, incluíam bois, jumentos, ovelhas, prata e ouro (Gn 24.35; Jó 1.1-3). Por outro lado, as da Nova Aliança fazem referência à justificação (Gl 2.16,21), ao dom do Espírito Santo (Gl 3.2), à herança espiritual de filho de Deus (Rm 8.14), à vida eterna (Gl 3.21; Rm 8.2) e à verdadeira liberdade que só encontramos em Cristo (Gl 4.8-10; 5.1). Em outras palavras, as bênçãos da Nova Aliança se sobrepõem às da Antiga e são superiores e exclusivas para os crentes do Novo Pacto, tanto judeus quanto gentios (Hb 8.6). Basta aceitar a Cristo para ter acesso a elas. GONÇALVES, (2012, p. 38).

As promessas do pacto mosaico eram condicionais e incondicionais, terrenas, carnais e temporárias, enquanto as promessas do Novo Testamento são condicionais e incondicionais, espirituais e eternas.

3. POBREZA E RIQUEZA.
O cristão não precisa colocar a busca de riquezas em primeiro lugar, mas também não deve enxergar a pobreza como sinônimo de espiritualidade, pois Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17). O Novo Testamento mostra exemplos de pessoas bem sucedidas que eram piedosas (Jo 3.1; 19.39), as quais colocavam os interesses de Deus em primeiro lugar.

O que a igreja não pode esquecer é que existem pessoas necessitadas e enfermas em nosso meio (I Tm 5.23; II Tm 4.20) e que devem ser socorridas. Da mesma forma como Jesus socorreu a muitos durante seu ministério (Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-30; Mt 8.2-4; Lc 7.11-15). Ele alertou severamente aos ignoravam as condições dos pobres para valorizarem as riqueza e posses (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-21; 16.13-31).

CONCLUSÃO – OBJETIVOS DA LIÇÃO
A nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, assim nos ensina o apóstolo Paulo (Fp 3.20), mesmo que, temporariamente, nos preocupamos sobremaneira com a nossa situação, mas nunca esqueçamos que devemos buscar o reino de Deus em primeiro lugar.

REFERÊNCIAS:
BARBOSA, Francisco de Assis. A. As bênçãos de Israel e o que cabe a igreja. Disponível em: http://auxilioebd.blogspot.com/2012/01/licao-5-as-bencaos-de-israel-e-o-que.html. Acesso em 24 de jan. 2012.

BARBOSA, José Roberto A. As bênçãos de Israel e o que cabe a igreja. Disponível em:http://subsidioebd.blogspot.com/2012/01/licao-05.html. Acesso em 23 de jan. de 2012.

Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003.

CARNEIRO FILHO, Geraldo. As bênçãos de Israel e o que cabe a igreja. Disponível em: http://pastorgeraldocarneirofilho.blogspot.com/2012/01/1-trimestre-de-2012-licao-n-05-29012012.html. Acesso em 25 de jan. 2012.

ESTUDOS GOSPEL. Esperando contra a esperança. Disponível em: http://estudos.gospelprime.com.br/esperando-contra-a-esperanca/. Acesso em 24 de jan. de 2012.

GONÇALVES, José. A verdadeira prosperidade. A vida cristã abundante. Lições Bíblicas. Faixa Jovens e adultos. 1º trimestre de 2012. Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2012.

GOT QUESTIONS MINISTRIES. O que é a teologia da substituição. Disponível em: http://www.gotquestions.org/Portugues/pergunta-semana.html. Acesso em 24 de jan. 2012.

LOURENÇO, Luciano de Paula. As bênçãos de Israel e o que cabe a igreja. Disponível em: http://luloure.blogspot.com/2012/01/aula-05-as-bencaos-de-israel-e-o-que.html. Acesso em 23 de jan. 2012.

REDE BRASIL DE COMUNICAÇÃO. As bênçãos de Israel e o que cabe a igreja. Disponível em: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/. Acesso em 24 de jan. 2012.

ROMEIRO, Paulo. Supercrentes. O Evangelho segundo Kenneth Hagin, Valnice Milhomens e os profetas da prosperidade. Editora Mundo Cristão, São Paulo, 1993.

Por: Ailton da Silva

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