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sábado, 20 de outubro de 2012

Já aconteceu isto em vossos dias? Ou nos dias de vossos pais?

“Aconteceu isto em vossos dias? Ou também nos dias de vossos pais? Ou nas duas épocas? E com ela, a igreja do século XXI?

O profeta iniciou seu oráculo com as duas primeiras perguntas, que se fossem levadas ao pé da letra, ou na concepção da palavra, poderiam ser vistas como uma lembrança do ocorrido no passado ou um prévio aviso do que poderia acontecer no futuro, uma vez que no presente, eles se auto isentavam de qualquer problema material ou culpa espiritual, ou pelo menos viviam motivados por este aparente engano. Eles não enxergavam o perigo iminente que se aproximava, devido aos seus próprios erros e porque não afirmarmos que esta crise já havia sido enfrentado por eles, no passado recente.

A profecia dizia respeito ao passado, presente e também ao futuro, sobre isto a Bíblia de Estudo Pentecostal em sua nota de rodapé de Joel 1.4, assim afirma:

“A natureza da crise constituía-se de uma praga de gafanhotos que varrera o país. A região rural e a vegetação foram destruídas, o povo enfrentava severa fome”. (BEP, página 1288).

O alvo deste pequeno lembrete/aviso eram eles, seus filhos, os filhos de seus filhos e as futuras gerações, para que nunca mais se esquecessem, portanto a profecia dizia respeito a todos, inclusive aqueles que “um dia”, seriam chamados por Deus, nosso Senhor, de acordo com a citação feita por Pedro (At 2.39), no dia de Pentecostes, quando explicava aos incrédulos expectadores, o cumprimento parcial do que houvera sido vaticinado pelo profeta Joel (Jl 2.28-32).

LAGARTA, GAFANHOTO, LOCUSTA E O PULGÃO.
Israel teve inúmeras promessas de prosperidade e proteção (Ex 19.5; Dt 28.1-14; Is 55.17) entre outras tantas, mas eles também eram sabedores que estas bênçãos estavam todas condicionadas à obediência e desde a saída do Egito foram alertados quanto a estas condições, portanto não havia possibilidade ou argumentos para alegarem desconhecimento ou inocência.

A desobediência abriu as portas para que entrassem em cena “os insetos devoradores”, que Israel conheceu muito bem durante sua longa história, aliás eles viram estes insetos crescendo e se multiplicando diante de seus próprios olhos e não faziam nada para exterminá-los. A Bíblia de Estudo Pentecostal em sua nota de rodapé de Joel 1.4, continua:

“[...] o significado exato das quatro palavras aqui empregadas (lagarta, locusta, gafanhoto e pulgão) para descrever os gafanhotos é incerta. Acredita-se que representava as etapas sucessivas do crescimento do inseto”. (BEP, página 1288).

A Bíblia nova tradução na linguagem de hoje corrobora com a citação anterior quando afirma na mesma referência incluindo o versículo 6:

“Vieram nuvens e mais nuvens de gafanhotos e comeram todas as plantações. O que os primeiros gafanhotos deixaram foi devorado pelos que vieram depois.

“[...] Vieram os gafanhotos, como um exército poderoso e invadiram meu país. Os seus dentes eram como os de leão”. Jl 1.4-6, NTLH).

Isto era muito familiar à Israel, pois bem antes, durante a caminhada pós saída do Egito, eles presenciaram as consequências de seus erros e viram o quanto seria doloroso para todos. A primeira grande baixa se deu na instituição e na festa de inauguração da grande estátua do bezerro de ouro, o deus, que segundo eles, havia livrado a nação do jugo da escravidão (Ex 32.4), ocasião em que mais ou menos 3.000 homens foram mortos pelos levitas, “os de Deus” (Ex 26, cfe Nm 8.14).

Mas este número de mortos foi pouco se comparado aos 24.000 que tiveram o mesmo destino quando se deixaram seduzir pelas estátuas dos deuses midianitas (Nm 25.9). A lagarta estava crescendo e começava a agir em Israel.

Como foi difícil para eles lutarem contra estas lagartinhas, vindas dos territórios vizinhos, mas eles tiveram a chance de exterminá-las de uma vez por todas, mas não cumpriram com o dever e permitiram que crescessem (Jz 2.2-3).

O gafanhoto também apareceu na história de Israel e foi tão cruel e desastrosa a sua atuação quanto ao estágio anterior. Na verdade, a lagarta já não era o mal pior, pois aprenderam a conviver com ela.

Eles plantavam, cuidavam e quando iniciavam, felizes, a colheita aparecia o inseto com suas asinhas crescidinhas para queimar de devorar o fruto do suor deles (Jz 6.3-5). A nuvem de locusta, sequer com fome estava, sua intenção era somente destruir e devorar tudo.

A locusta, um pouco maior, apareceu em Israel, em larga escala, logo no início do ministério de Samuel, ocasião em que mataram 30.000 homens e levaram a arca do concerto. Que nuvem de locusta ousada e corajosa, pois MATAR homens era fácil, mas CORROER a arca, isto seria impossível (1 Sm 4.10-11).

O pulgão apareceu, na esperança de fechar o caixão do reino inteiro, mas antes que agissem, o profeta Joel entrou em ação e alertou. Ele foi desprezado e desacreditado, da mesma forma que a bateria de profetas anteriores e posteriores.

O exército de pulgões cercou Jerusalém (2 Cr 36.17-20; Jr 52) e a deixou inerte, triste, solitária ao final (Lm 1.1-2), mas não foi capaz de destruí-la por completo, pois mesmo diante de tantas catástrofes, havia a certeza da “posse Divina” (Ex 19.5) e da solidez da aliança (Jz 2.1b), entre outras promessas (Os 14.1-9; Jl 2.18-27; Hc 3.17-19; Ag 2.1-9; Ml 4.1-6).

Israel enfrentou a lagarta, o gafanhoto, a locusta e o pulgão, mas continuou em pé graças as intervenções de Deus, que nunca os abandonou a mercê de sua própria sorte ou força.

Da mesma forma podemos dizer: “Ei, já aconteceu isto em vossos dias, ou nos dias de vossos pais? Oh! Igreja?

Referências:
Bíblia de estudo Pentecostal. CPAD, 2008

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2003

Por: Ailton da Silva - (18) 8132-1510 - Ano III

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