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sábado, 30 de março de 2013

O homem que foi atrás do socorro. O rejuvenescimento do profeta


“E Eliseu estava doente, DA SUA DOENÇA, de que morreu; e Joás, rei de Israel, desceu a ele e chorou sobre o seu rosto” (2 Rs 13.14 - ARC).

“O profeta Eliseu foi atacado por uma doença sem cura. Quando ele estava para morrer, o rei Jeoás foi visita-lo” (2 Rs 13.14a – NTLH).

E morreu, solitário, desconsolado? Eliseu estava praticamente em seus últimos dias de vida, solitário, esperando a sua recompensa pelos seus trabalhos, a mesma que Elias, ou quem sabe algo diferente, nunca visto, ou na pior das hipóteses, esperava um acontecimento que pudesse ser, no mínino, o dobro do que havia acontecido com o seu mestre. Ele somente não imaginava que fosse receber a visita de um rei, que fosse lembrado ou respeitado, muito menos esperava que aquela visita fosse para abrir a sua cova.

Se fosse nos áureos tempos do rei Acabe, certamente ele poderia temer, pois estaria ali uma legião de soldados que fatalmente tiraria a vida do profeta sem cerimônia nenhuma.

A intenção do rei Jeoás era outra, na verdade, ele não havia procurado o profeta para atestar suas condições de saúde e tampouco para testemunhar sua morte, mas sim estava ali para pedir socorro, no entanto deve ter se assustado com aquela cena, tal como Elias quando se deparou com a viúva de Sarepta, que estava em condições muito piores que ele. Na lógica humana, jamais poderia sair algo de bom daquela mulher, porém havia dois estímulos, a ânsia pelo sustento e a certeza na Palavra recebida do próprio Deus.

O mesmo acontecia agora com Jeoás, que a procura de socorro e pelas histórias ouvidas de seu pai Jeoacaz e de seu avô Jeú (2 Rs 13.1), esperava encontrar um profeta forte, destemido, com saúde perfeita, rodeado de alunos ansiosos por aprenderem e ou protegidos por guarda-costas, um verdadeiro imperador, mas encontrou um pobre senhor doente, com a sua doença, que era dele e de mais ninguém, (2 Rs 13.14a), a qual o levou a óbito.

Mas algo aconteceu logo na chegada do rei, pois em vez de choro, desolação e descrença, houve demonstração de fé, coragem e ousadia, logo após uma fala do rei que poderia ser interpretada como simples e despretensiosa, normal ou sem tanto impacto. O rei disse em bom e alto som:

“Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros” (2 Rs 13. 14b – ARC).
“Meu, pai, meu pai! O senhor foi como um exército para defender Israel” (2 Rs 13.14b – NTLH)

De onde ele tirou isto? Qual foi a fonte de sua inspiração? Qual foi a sua intenção? Ele havia planejado a fala? Aquela foi a mesma frase dita por Eliseu no momento do arrebatamento de Elias, quando a sua capa lhe caiu, ali diante de seus arregalados olhos (2 Rs 2.12).

Para quem estava acamado, doente, triste, viajando em seus pensamentos, certamente deve ter pulado da cama, esticado o corpo e ossos, corado o rosto e deve ter se posicionado diante do assustado rei. Eliseu sentiu que ainda tinha algo por fazer pela nação. As cinzas ficaram para trás, as forças voltaram, a doença foi ignorada, por alguns instantes. Também depois daquela rajada, daquela injeção de ânimo recebidas pelas palavras do rei, não teriam outras reações possíveis para Eliseu a não serem aquelas.

Jeoás, boquiaberto, pois não entendeu a repentina mudança, já que ao chegar encontrou o profeta desanimado, sem forças e após a sua calorosa saudação, o viu em pé em sua frente lhe dizendo: “Assim diz o Senhor”.

“Tome um arco, pegue as flechas, abra a janela na direção de seu inimigo e atire, tão logo eu coloque minhas mãos sobre a sua”. Até então as orientações do profeta foram seguidas à risca pelo rei, nada mais compreensível, pois Jeoás estava sentindo bem de perto o calor, o incentivo, assim era fácil, qualquer homem seria obediente.

JEOÁS, AINDA NÃO TERMINOU, TEM MAIS!
Ele abriu a janela, atirou a flecha do livramento e recebeu a profecia. Que alegria, coração fortalecido, poderia ir embora satisfeito, confiante na vitória. O livramento estava garantido. A flecha voou, cortou os ares e sumiu diante dos olhos do rei. Era isto que ele desejava. Este foi o motivo de sua visita ao profeta.

Eliseu não permitiu que Jeoás se despedisse, tinha mais, para lhe falar, aliás, havia mais por fazer e era algo que dependeria do próprio rei, do seu entusiasmo e de sua ânsia pela vitória, porém na continuidade da profecia ele não teria mais auxilio, aquela ajuda calorosa, a transferência de unção, via mãos.

Eliseu disse: “Jeoás, fira a terra com as flechas”. Quantas vezes perguntou o rei? Ora, quantas covas o exercito de Jorão deveria abrir (2 Rs 3.16) no deserto? Quantos vasos a viúva dos filhos dos profetas (2 Rs 4.2) deveria emprestar de seus vizinhos? Quantas vezes eu ordenei a Naamã (2 Rs 5.10) que se banhasse no Jordão? Ora, você não sabe tudo sobre minha história e ministério? Você acha que eu diria para você atirar apenas uma flecha ou no máximo três, quando existem, no mínimo, cinco ou seis a sua disposição?

O entusiasmo que invadiu Eliseu quando ouviu aquela frase tão significativa em sua vida foi o mesmo que faltou ao rei.

Referências:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje (NTLH). Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã (ARC). Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003 

Por: Ailton da Silva - Ano IV

sexta-feira, 29 de março de 2013

A morte de Eliseu. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés” (2 Rs 13.21).

VERDADE PRÁTICA
O último milagre relacionado à vida de Eliseu demonstra o poder e o exemplo de um homem que ama e teme a Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 13.14-21.
14 - E Eliseu estava doente da sua doença de que morreu; e Jeoás, rei de Israel, desceu a ele, e chorou sobre o seu rosto, e disse: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!
15 - E Eliseu lhe disse: Toma um arco e flechas. E tomou um arco e flechas.
16 - Então, disse ao rei de Israel: Põe a tua mão sobre o arco. E pôs sobre ele a sua mão; e Eliseu pôs as suas mãos sobre as mãos do rei.
17 - E disse: Abre a janela para o oriente. E abriu-a. Então, disse Eliseu: Atira. E atirou; e disse: A flecha do livramento do SENHOR é a flecha do livramento contra os siros; porque ferirás os siros em Afeca, até os consumir.
18 - E disse mais: Toma as flechas. E tomou-as. Então, disse ao rei de Israel: Fere a terra. E feriu-a três vezes e cessou.
19 - Então, o homem de Deus se indignou muito contra ele e disse: Cinco ou seis vezes a deverias ter ferido; então, feririas os siros até os consumir; porém agora só três vezes ferirás os siros.
20 - Depois, morreu Eliseu, e o sepultaram. Ora, as tropas dos moabitas invadiam a terra, à entrada do ano.
21 - E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram um bando e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem e tocando os ossos de Eliseu, reviveu e se levantou sobre os seus pés.

PROPOSTA DA LIÇÃO 
          Eliseu também era sujeito as mesmas “paixões”;
          Ele saiu de cena devido a velhice e saúde debilitada;
          Mesmo doente, Eliseu ainda continuava vigoroso;
          “Eu profetizo” ou “Assim diz o Senhor”?
          A profecia genuína tem origem em Deus;
          Último milagre de Eliseu seu deu após a sua morte;
          Elias subiu vivo ao céu e Eliseu deu a vida estando morto;
          Participou ativamente da vida espiritual, social e moral;
          Eliseu o profeta que deitou água nas mãos de Elias.

INTRODUÇÃO 
Eliseu foi de fato um gigante espiritual, desde o início até ao fim de seu ministério profético, com a sua morte. Transmitiu a mensagem de Deus, foi um grande instrumento para concretização de muitos milagres, aos quais, alguns ele sequer imaginava, esperava ou cria que pudesse ser usado. Quando abriu as águas do Jordão, logo após, a partida de Elias, vislumbrou o primeiro de muitos acontecimentos que confirmaria sua chamada, alias não somente ele, mas alguns filhos dos profetas viram e testificaram a respeito de sua chamada (2 Rs 2.15).

Assim como todos os mortais, ele também estava sujeito às mesmas paixões, nasceu, cresceu, envelheceu e morreu, ele fez história e “nos deixou um grande legado moral, ministerial e espiritual”.

a) A última profecia:
A última profecia de Eliseu se cumpriu após a sua morte, ocasião em que o rei Jeocaz feriu os sírios por três vezes (foi A ultima profecia se cumpriu depois de sua morte, quando o rei Jeocaz feriu (Rs 13.25). Quando ele profetizou a respeito deste episódio, estava muito doente, inclusive esta foi a causa de sua morte. Ele morreu, mas o ministério profético não havia terminado. O trabalho dos profetas continuaria.

b) O último milagre, o milagre póstumo:
O último milagre de Eliseu, o milagre póstumo, serviu para comprovar que ele havia mesmo recebido a porção dobrada, uma vez que tanto ele quanto Elias ressuscitaram uma pessoa (1 Rs 17.22; 2 Rs 4.35-37), portanto para comprovar a duplicidade da porção era necessário que houvesse outro caso de ressuscitação, como realmente aconteceu (2 Rs 13.21). Depois deste milagre não houve mais ocorrência de milagre através da vida de profetas em Israel, nem mesmo João Batista, o maior nascido de mulheres (Lc 7.28). O primeiro milagre, pós Eliseu, feito por intermédio de um profeta foi pelas mãos de Jesus, em Caná da Galiléia (Jo 1.11; cf Dt 18.18).

c) O sumiço de Eliseu
Um dos filhos dos profetas foi encarregado de ungir Jeú rei sobre Israel (2 Rs 9.1-4) e após esta ordem, o profeta Eliseu saiu de cena, por quase 45 anos, contando os 28 anos de reinado de Jeú (2 Rs 10.36) e os 17 de seu filho Jeoacaz (2 Rs 13.1). Tanto Eliseu quanto Elias souberam agir com instrumentos nas mãos de Deus, mas também souberam reconhecer e aceitar o momento em que deveriam “dar um tempo, saírem de cena, deixarem os holofotes e esperarem novas ordens”. Neste período se cumpriu a profecia a respeito de Hazael, rei da Síria (2 Rs 8.7), que causou muitos problemas para Israel (2 Rs 19.32).

O rei Jeú exterminou o culto a Baal, mas permitiu que os cultos aos bezerros continuassem. Eliseu teve ciência disto e continuou preparando os filhos dos profetas, pois entendeu que o ministério de confronto a apostasia ainda não havia terminado. A restauração de Israel ainda não havia acontecido. O rei teve fé para combater Baal, mas não teve fé para destruir os bezerros de ouro.

d) O retorno do profeta
O rei Jeoás, neto de Jeú, assumiu o trono e “lembrou-se” de que ainda existia ministério profético em Israel e que Eliseu era um homem de Deus. Ele estava muito doente naquele dias, mas ainda teve condições de receber a visita real e foi visitado pelo rei (2 Rs 13.14).

A mesma frase que disse no início de seu ministério, ele ouvi do rei: “meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros”. Aquilo soou para ele como um renovo, a certeza de que o seu ministério ainda tinha continuidade e que poderia fazer muito por Israel. Ele estava quase morrendo e Deus os fez lembrar destas palavras.

e) A porção dobrada – ida dobrada:
Eliseu recebeu porção dobrada, porque então não foi uma vez para o céu, como Elias e depois retornou para então subir pela segunda vez? A teoria da ida dobrada!

Elias não morreu porque ele deveria mostrar que Deus era o Senhor (conforme significado de seu nome). Ele foi levado para o céu, pois fazia parte de seu ministério provar que Deus era o Senhor da vida e que se desejasse poderia poupar da morte, quem Ele desejasse.

Eliseu, (Deus é salvação) ficou no lugar de Elias. Deus estava mostrando que Ele deveria morrer para salvar a humanidade e a doença de Eliseu antecipava a profecia de Isaias, pois já ficava certo que as nossas enfermidades seria levadas por Ele.

I. A DOENÇA TERMINAL DE ELISEU
1. A VELHICE DE ELISEU. 
Desde a ultima aparição do profeta de Abel-meolá no registro bíblico (2 Rs 9.1), até aos fatos registrados no capítulo 13 de 2 Reis, há um intervalo de quarenta e cinco anos. Os estudiosos acreditam que, por essa época, Eliseu deveria estar com a idade aproximada de oitenta anos. Ele enfrentou este período critico da vida como qualquer outro ser humano, não teve privilégios. Sobre isto os professores Luciano de Paula Lourenço e Francisco de Assis Barbosa escreveram respectivamente:

“A velhice faz parte do processo evolutivo do ser humano. Todos nós envelheceremos um dia. Esta é uma realidade da qual ninguém pode fugir. As pessoas que conseguem superar o medo de envelhecer encaram a terceira idade como qualquer outra fase da vida, repleta de desafios a serem enfrentados. Certamente, isto aconteceu com Eliseu. O texto de 2Reis 9:1-4 denota que Eliseu já não tinha mais forças físicas para percorrer longas distancias; ele estava velho e doente. Fora um grande homem de Deus e ainda o era, com tudo isso era um homem. Em seu pleno vigor físico, Ele não pediria que outro fosse cumprir uma missão que Deus tinha ordenado. Apesar disso, mesmo em sua velhice não foi omisso nem ocioso. Para a Bíblia, ser velho ou idoso, não significa ser inútil, incapaz, e descartável.  “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano... Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes”(Sl 92:12-14).

“Meio século de ministério frutífero havia impactado nada menos que quatro nações: Israel, Judá, Moabe e Síria, ministério diferenciado por manifestações extraordinárias do poder Deus. “Mas o tempo”, frase que costumamos ouvir das pessoas no dia-a-dia, “passa rápido” e Eliseu já tinha cerca de oitenta anos. A velhice havia chegado para o profeta, e com a velhice os problemas e saúde, o sofrimento e a iminência da morte”.

Eliseu fora chamado ainda jovem para o ministério profético, mas agora estava velho e doente. Às vezes, idealizamos de tal forma os homens de Deus, que acabamos nos esquecendo de que eles também são humanos. Envelhecem, adoecem e também morrem. Eliseu fora um grande instrumento nas mãos de Deus, mas não teve como fugir do inimigo implacável, o legado do pecado do jardim do Éden (Gn 2.15-17; 3.19;Rm 5.12), o pagamento indesejado (Rm 6.23).

A velhice de Eliseu não o impediu de contemplar as mãos de Deus sobre sua vida. Durante a visita do rei ele foi rejuvenescido e entendeu que seu ministério havia sido aprovado por Deus. Pela sua visão espiritual enxergou a necessidade de seus trabalhos proféticos não serem encerrados em Israel. Havia ainda o perigo da influência maligna dos vizinhos pagãos.

2. O SOFRIMENTO DE ELISEU. 
O mesmo texto que trata da doença e velhice de Eliseu fala também do seu sofrimento (2 Rs 13.14,20). Eliseu estava doente, e isso sem dúvida causava-lhe algum sofrimento. Eliseu envelheceu e padeceu. Mesmo pelos seus trabalhos, passado, fé e chamada ele enfrentou a velhice e doença. Não foi poupado do sofrimento. Esteve frente à um processo natural do ciclo humano, que ora foi acrescido da doença. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço e o pastor Geraldo Carneiro Filho escreveram respectivamente:

“Eliseu era um homem de Deus. Era um homem de fé. Realizou muitos milagres. Mas quando chegou sua hora de partir, esse momento ocorreu porque o profeta ficara doente e a doença o levou. Entende-se que Eliseu já era um homem de idade avançada, e que naturalmente seu organismo, como o de outras pessoas dessa faixa etária, ficou propenso a fraquezas e doenças. Foi um fato natural”.

“A enfermidade terminal do profeta Eliseu mostra-nos que ele era um homem mortal, como qualquer um de nós. Ele atingiu o ciclo final de sua vida, aquele tempo lamentável quando um homem fica tão doente que não pode mais sobreviver, a despeito de medicamentos e de orações”.

Mas o foco aqui não é o sofrimento em si, mas como Deus trata o profeta nesse momento de sua vida e como ele responde a isso. Mesmo alquebrado pela idade, Eliseu continuava com o mesmo vigor espiritual de antes. Possuía ainda a mesma visão da obra de Deus. Em nada a doença, ou quaisquer outras coisas, impediu-o de continuar sendo a voz profética do Deus de Israel.

61ª EBO


Diretamente de Pres. Prudente, 61ª EBO, pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby, ao vivo na rádio Paulista, acompanhem....


Por: Ailton da Silva - Ano IV

quinta-feira, 28 de março de 2013

Eliseu e Elias, qualquer semelhança!








Escola Bíblica - Presidente Prudente

Hoje se inicia a Escola Bíblica em Presidente Prudente em nossa sede. Provavelmente o pastor José Wellington estará presente. Estará ensinando nestes dias o pastor Wagner Tadeu - comentarista da lição do 3º trimestre de 2011.

Por: Ailton da Silva - Ano IV

quarta-feira, 27 de março de 2013

Eliseu - última profecia, último milagre, sumiço, retorno e ida dobrada


Texto elaborado conforme resumo da aula do Ev. Dr. Caramuru.

A) A ÚLTIMA PROFECIA:
A última profecia de Eliseu se cumpriu após a sua morte, ocasião em que o rei Jeocaz feriu os sírios por três vezes (foi A ultima profecia se cumpriu depois de sua morte, quando o rei Jeocaz feriu (Rs 13.25). Quando ele profetizou a respeito deste episódio, estava muito doente, inclusive esta foi a causa de sua morte. Ele morreu, mas o ministério profético não havia terminado. O trabalho dos profetas continuaria.

B) O ÚLTIMO MILAGRE, O MILAGRE PÓSTUMO:
O último milagre de Eliseu, o milagre póstumo, serviu para comprovar que ele havia mesmo recebido a porção dobrada, uma vez que tanto ele quanto Elias ressuscitaram uma pessoa (1 Rs 17.22; 2 Rs 4.35-37), portanto para comprovar a duplicidade da porção era necessário que houvesse outro caso de ressuscitação, como realmente aconteceu (2 Rs 13.21). Depois deste milagre não houve mais ocorrência de milagre através da vida de profetas em Israel, nem mesmo João Batista, o maior nascido de mulheres (Lc 7.28). O primeiro milagre, pós Eliseu, feito por intermédio de um profeta foi pelas mãos de Jesus, em Caná da Galiléia (Jo 1.11; cf Dt 18.18).

C) O SUMIÇO DE ELISEU
Um dos filhos dos profetas foi encarregado de ungir Jeú rei sobre Israel (2 Rs 9.1-4) e após esta ordem, o profeta Eliseu saiu de cena, por quase 45 anos, contando os 28 anos de reinado de Jeú (2 Rs 10.36) e os 17 de seu filho Jeoacaz (2 Rs 13.1). Tanto Eliseu quanto Elias souberam agir com instrumentos nas mãos de Deus, mas também souberam reconhecer e aceitar o momento em que deveriam “dar um tempo, saírem de cena, deixarem os holofotes e esperarem novas ordens”. Neste período se cumpriu a profecia a respeito de Hazael, rei da Síria (2 Rs 8.7), que causou muitos problemas para Israel (2 Rs 19.32).

O rei Jeú exterminou o culto a Baal, mas permitiu que os cultos aos bezerros continuassem. Eliseu teve ciência disto e continuou preparando os filhos dos profetas, pois entendeu que o ministério de confronto a apostasia ainda não havia terminado. A restauração de Israel ainda não havia acontecido. O rei teve fé para combater Baal, mas não teve fé para destruir os bezerros de ouro.

D) O RETORNO DO PROFETA
O rei Jeoás, neto de Jeú, assumiu o trono e “lembrou-se” de que ainda existia ministério profético em Israel e que Eliseu era um homem de Deus. Ele estava muito doente naquele dias, mas ainda teve condições de receber a visita real e foi visitado pelo rei (2 Rs 13.14).

A mesma frase que disse no início de seu ministério, ele ouvi do rei: “meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros”. Aquilo soou para ele como um renovo, a certeza de que o seu ministério ainda tinha continuidade e que poderia fazer muito por Israel. Ele estava quase morrendo e Deus os fez lembrar destas palavras.

E) A PORÇÃO DOBRADA – IDA DOBRADA:
Eliseu recebeu porção dobrada, porque então não foi uma vez para o céu, como Elias e depois retornou para então subir pela segunda vez? A teoria da ida dobrada!

Elias não morreu porque ele deveria mostrar que Deus era o Senhor (conforme significado de seu nome). Ele foi levado para o céu, pois fazia parte de seu ministério provar que Deus era o Senhor da vida e que se desejasse poderia poupar da morte, quem Ele desejasse.

Eliseu, (Deus é salvação) ficou no lugar de Elias. Deus estava mostrando que Ele deveria morrer para salvar a humanidade e a doença de Eliseu antecipava a profecia de Isaias, pois já ficava certo que as nossas enfermidades seria levadas por Ele.

Por: Ailton da Silva - Ano IV

Naum - informações essenciais

PROPÓSITO:
Pronunciar o juízo de Deus sobre a Assíria e confortar Judá com esta verdade.

AUTOR:
Naum.

DESTINATÁRIOS:
Os habitantes de Nínive e de Judá.

DATA:
Alguma ocasião durante o ministério profético de Naum (provavelmente entre 663 e 612 a.C.)

PANORAMA:
Esta profecia em particular aconteceu após a queda de Tebas em 663 a.C. (ver 3.8-10).

VERSÍCULO CHAVE:
O SENHOR é bom, ele serve de fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. E com uma inundação transbordante acabará de uma vez com o seu lugar; e as trevas perseguirão os seus inimigos. Que pensais vós contra o SENHOR? Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia (1.7-9).

LUGAR CHAVE:
Ninive.

Informações extraídas da seção “Informações essenciais” – Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal

Por: Ailton da Silva - Ano IV

segunda-feira, 25 de março de 2013

lição 13 - proposta

Por: Ailton da Silva - Ano IV

A grande verdade

Por: Ailton da Silva - Ano IV

Lição 12 - pós aula

O PERÍODO DE ESPERA – “HABEMUS JUIZ”
Porque Deus permitia o período de espera entre o falecimento de um juiz e o aparecimento de outro em Israel? Se Ele sabia que o povo não se manteria fiel, porque então não levantava um juiz antes da morte do antecessor?

Resposta: Ele permitia isto para que alguém tivesse a mesma percepção que teve Samuel. Quem perceberia que algo estava errado? Quem tomaria atitude? Alguém tinha que perceber e agir.

Samuel acertou no pensamento, mas errou na ação (1 Sm 8.1). Entregou a autoridade para seus filhos.

Eliseu sucedeu Elias e foi preparado antes, portanto Israel não ficou sem profeta. “UM FOI TOMADO E O OUTRO FOI DEIXADO”.


MOISÉS, SAMUEL E ELIAS
Moisés disse: “Senhor [...] ponha um homem sobre esta congregação”. Ele pediu um sucessor para Deus. Poderia muito bem ter elegido um de seus filhos (Ex 6.23; 18.3). Ele pediu para Deus escolher o sucessor.

Samuel para não permitir a vacância do cargo de juiz de Israel, após sua morte, elegeu seus dois filhos como seus sucessores. O próprio Samuel escolheu os seus sucessores, hum... seus filhos.

Elias procurou por Eliseu e o preparou para sucedê-lo, antes que fosse tomado da terra. Elias preparou o seu sucessor. Preparar é bem diferente de escolher.


O ENSINO NÃO FOI EFICAZ ENTÃO O APRENDIZADO NÃO FOI FACILITADO
O aprendizado é facilitado pela eficácia do ensino. Ah, se não fosse a Palavra de Deus pregada e ensinada corretamente nas igrejas, o que seria de nós? Ficaríamos do mesmo jeito, não cresceríamos e não cumpriríamos a grande comissão (Mc 16.15-20).

Israel apanhou tanto para aprender uma coisa tão simples (Ex 19.5-8)

Quem sabe aquela geração, a que saiu do Egito, poderia até mesmo ter entrado em Canaã se tivesse primado pela educação religiosa de seus filhos, uma vez que, ao ensinarem a Lei estariam também se renovando na presença de Deus e não encontrariam tempo e ou motivos para murmurarem tanto (Nm 14.22).

Nunca ouvi um hino, louvor ou música que fizesse menção a escola de profetas. Então arrisquei a compor uma frase durante a aula: “Vamos todos a escola de profetas, se você quiser ir, venha também” ......


AS AULAS NAS ESCOLAS DE PROFETAS
Um dia Elias disse durante uma das aulas: “Hoje vou contar uma história para vocês. Hoje eu vou contar o que fiz ontem” (1 Rs 18.22-45).

Havia louvores nas escolas, algo do tipo: “se você chorar eu choro, se você se alegrar eu me alegrarei” (não lembro corretamente a letra)

Hoje muitos cantam assim: “se você chorar, eu me alegro. Se você sorrir eu choro”. E tem outros que aumentaram um pouco a letra: se você chorar eu choro, se você se alegrar eu me alegrarei. Então por favor, fique rico”.

Eles se reuniam constantemente, todos os dias, viviam em oração e estudo da lei. Todos os dias, tal como fazemos hoje, até que alguém vem sempre com aquela costumeira indagação: “Você não cansa? Todos os dias”? Uma das alunas ouviu isto e respondeu para o pai: “o senhor joga baralho todos os dias, não se cansa?

Durante a perseguição jezabélica o número de alunos das escolas de profetas caiu? Será que alguns se esconderam com medo? Uma das alunas disse: “Se o professor fugiu e se escondeu na caverna, imagine os alunos”?

O professor, “pé de barro”, correu, temeu, justamente para deixar claro a limitação humana. Ele não era um espécie de semi-deus, era humano sujeito as mesmas paixões (medo, angustia, ira, desejo de justiça, etc).


NECESSIDADE DA PRESENÇA DO LÍDER
Se Elias não tivesse ido cortar árvores com os alunos, certamente eles voltariam derrotados, envergonhados e com uma grande dívida.(2 Rs 6.1-7).

Se Elias não tivesse com alunos certamente muitos morreriam envenenados (2 Rs 4.38-41).

É muito importante a presença do líder, pois as emergências e tragédias não escolhem datas ou locais.

Por: Ailton da Silva - Ano IV

sábado, 23 de março de 2013

A escola de nossos sonhos. "Tudo pelo educação RELIGIOSA"


1) ADMINSTRAÇÃO ESCOLAR – “ESCOLA DE PROFETAS”
Seria muito estranho se víssemos Samuel, Elias ou Eliseu desanimados, desiludidos ou administrando aquele grupo de alunos, conhecido como “escola de profetas”, de forma desleixada, desinteressados, ou não demonstrando zelo, temor e amor que aquele “rancho de profetas” (1 Sm 10.5) carecia e pedia.

Quem em sã consciência não gostaria de administrar aquele trabalho? Candidatos para tal teríamos aos montes. Quantos não desejariam aquela liderança na época? Tal como os discípulos de Jesus, que um dia ousaram a pedir algo semelhante, mesmo que tenham mencionado o porvir, a glória que haveria de se revelar, o interesse deles era no material, no momentâneo, na verdade queriam eleger líderes na terra entre eles, para depois serem ratificados no reino celestial, por isto que não conseguiram convencer o Mestre (Mc 9.10.37, cf Lc 9.46-48), pois uma vez confirmados na glória como superiores o que impediriam de exercerem as respectivas autoridades ainda em terra, em vida?

Talvez se não fosse o próprio Deus encarnado (Jo 1.14), se fosse um homem, um profeta qualquer, quem sabe não teria convencido? Eu disse um profeta qualquer, pois não teriam sucesso também com João Batista, o que veio na virtude e espírito de Elias, (Ml 4.5-6), aquele que não alisava, não mandava recados e não levada desaforos para sua casa, ou seja, para o deserto (Mt 3.1-12). Aquele que havia sido mais do que um simples profeta, o maior, entre os nascidos de mulheres[1] (Lc 7.26-28).

O interessante é que não foi visto entre os lideres destas escolas, nenhuma sentimento de inveja, orgulho ou principio de revolta. Na verdade Samuel não enfrentou problemas até o dia de seu falecimento (1 Sm 25.1). Elias foi outro administrador que, até o dia em que foi levado[2], não encontrou dificuldades ou tampouco esteve frente a conflitos. Eliseu também terminou em paz seu ministério sem enfrentar revoltas ou “puxadas de tapete” (2 Rs 13.20). Estes homens foram poupados de situações, as quais Moisés não houvera sido (Nm 12.2; 16.1-4). Ele enfrentou tudo isto e consegui vencer às duras penas.

Cada um deles assumiu o comando no momento certo. Não se adiantaram, não desejaram algo para a qual ainda não estivessem preparados, principalmente Eliseu (2 Rs 2.2,4,6). Mesmo na falta de algum deles, após suas mortes, o grupo não se dissolveu ou desviou-se por outros caminhos após outros deuses, como aconteceu com Israel, após a entrada na Terra Prometida, quando ficava visível a vacância no cargo de Juiz da nação (Jz 2.2.19). Somente Deus sabe o que aconteceria com os hebreus caso Moisés morresse no deserto? Voltariam todos para o Egito após o funeral.

Este grupo de homens fiéis e tementes estavam estruturados na Palavra, bem diferente de Israel, que somente mirava nos milagres, maravilhas e operações de Deus no deserto. Era uma verdadeira “manhã com Deus”, “tarde da benção” e “noite da vitória”, mas nada de ensino da Lei.

2) INTERDISCIPLINARIDADE
Não havia outro meio de Israel voltar às suas origens a não ser pela administração, apresentação e estudo da Lei, portanto a escola de profetas tinha por finalidade justamente isto, ou seja, incitava homens fiéis (1 Rs 19.18) a se inteirarem da Palavra e posteriormente transmiti-la ao povo que estava tomado e cegado pela apostasia (2 Co 4.4), haja vista o deus[3] daquele século e deste, ter tirado todo o entendimento deles.

Certamente histórias eram relembradas, os grande feitos de Deus no passado e no presente (1 Rs 18.22-45) eram resgatados e eram citadas as inúmeras intervenções de Deus para constituir para si um povo (Ex 19.5). Muitas destas lembranças remetiam os alunos a visão de um espaço geográfico muito bem conhecido por eles, o Crescente Fértil[4] e Israel.

Como era gratificante o resgate dos atos do patriarca Abraão, quando ainda estava em suas terras, em Ur dos Caldeus, na região entre os rios Eufrates e Tigre, na Mesopotâmia (Gn 24.10). Era muito edificante estudar a sua obediência, quando deixou tudo e todos para confiar nas promessas de Deus, que ainda seriam cumpridas em sua vida: “para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1 p. final). Um Deus, que até então era desconhecido por ele (Gn 12.1-3; cf Js 24.2). Que demonstração de confiança quando iniciou sua trajetória desde Ur até Harã (Gn 11.31), depois descendo a Siquém, terras de Canaã, onde fincou suas raízes (Gn 12.5-6), a sua peregrinação ao Egito (Gn 12.10) fugindo da fome e por fim o retorno definitivo ao sul de Canaã (Gn 13.1).

Mas em relembrando isto, os professores das escolas de profetas envolveriam outras disciplinas, pois seria necessário acrescentar atos históricos, os quais mantinham vivo o monoteísmo hebreu, caso contrário seriam apresentados somente inertes elementos geográficos, tais como: um local, viagens, peregrinação, retorno, uma região, vários países, o Crescente Fértil, vales, montes, montanhas, rios, entre outros.

O pano de fundo, o cenário deveria ser descerrado. A história também influenciaria a fé dos alunos das escolas, por isto não poderia ser esquecida, pois todas as vezes que isto aconteceu a queda foi inevitável (Ex 3.13; Jz 2.10).

Havia também conceitos sociológicos visíveis em toda a história apresentada acima, que eram explorados pelos professores, tais como:
  • Povos e etnias descendidos dos filhos de Noé (Gn 10.1-32), entre os quais estavam os “amaldiçoados filhos de Cam” (Gn 10.25), cuja maldição foi quebrada pelo sacrifício vicário de Jesus, que se tornou maldito em lugar do homem (Is 53.1-12);
  • Idiomas, mesmo sendo a maioria de origem semita (Gn 10.21), há de considerar a presença da pluralidade de línguas (Gn 11.7), dialetos ou outras formas de comunicação. Apesar que devemos enaltecer a certa facilidade que apresentavam para aprenderem novos idiomas. Na verdade era outro o fator que contribuía para este rápido aprendizado: “ou vocês aprendem o nosso idioma ou morrem de fome, ficam sem trabalho e isolados em suas dificuldades ou em alguns casos sem possibilidades de defesa[5]” (cf At 22.1-2);
  • Diferentes culturas e crenças, as quais Abraão se deparou com elas, após iniciar sua viagem em direção ao cumprimento das promessas de Deus. Ele descendia e havia sido resgatado de uma família idólatra (Js 24.2-3) para peregrinar por Harã, Canaã e Egito e já de posse de uma nova e viva fé, em nenhum momento foi obrigado a RENUNCIAR aos seus conceitos e princípios para agradar a MINORIA ou MAIORIA, mesmo estando em TERRAS ESTRANHAS, muito menos COMUNGAR ATOS que feriam a educação recebida de seus pais.

O patriarca andou e conheceu todo Crescente fértil de ponta a ponta, contemplou boa parte daquilo que estava reservado como herança para sua semente, posse definitiva e inquestionável (Gn 15.13-16). Homem nenhum pode ir contra esta determinação de Deus.

Outro grande assunto estudado nas escolas de profetas que remetia os alunos ao contexto histórico, geográfico, sociológico, matemático, etc, e que fascinava os alunos foi a trajetória[6] de Moisés, que contemplou a mais extraordinária de todas as ações de Deus, que quebrou paradigmas, convenções humanas, ideologia e leis da física, química, enfim Deus revolucionou todos os conceitos até então conhecidos.

A ciência, no auxilio de suas inúmeras ferramentas e disciplinas nunca será capaz de explicar:
  • Como um povo escravo e oprimido pode ser temido pelo opressor (Ex 1.9, p. final)?
  • Como homens sem instruções e treinamentos poderiam vencer a potência da época, caso se aliassem com os seus inimigos (Ex 1.10, p. final)? E tampouco como os venceram no mar Vermelho (Ex 14.27-31);
  • O crescimento demográfico de Israel, que mesmo estando em terra estranha e alheio as condições mínimas para sobrevivência, quanto mais para multiplicação (Ex 1.7), não parava de crescer;
  • Como aquele pequeno clã, cerca de setenta pessoas, rapidamente se multiplicou em pouco mais de quatrocentos e trinta anos, pois foi uma multidão que saiu do Egito e caminhou no deserto em busca da Terra Prometida (Ex 12.37; Nm 26.1-51), fora os que ficaram no deserto em virtude das murmurações e erros (Ex 32.28; Nm 16.31-35; 25.9);
  • Como aumentavam mesmo diante dos flagelos e opressão dobrada. Eles não paravam de crescer em número (Ex 1.12). Que ciência explica isto?
  • Como aquele povo demonstrou tamanha fé e confiança no Deus revelado através da vida de Moisés, o foragido que retornou (Ex 2.15). Eles clamaram e foram ouvidos por Deus (Ex 2.23-25), mesmo não conhecendo a quem clamavam (Ex 3.13).
Sem sombra de dúvidas o crescimento numérico de Israel foi assustador para os padrões da época, tanto que foi percebido pelos egípcios.

Como era agradável estes estudos. A fé e a certeza da chamada, dos filhos dos profetas, a cada dia aumentava mais. Era notório que Deus mantinha a sarça intacta, mesmo que ela estivesse em chamas (Ex 3.2), sob o governo de Acabe e Jezabel (as chamas do inferno).

3) O INTERCÂMBIO PROFESSOR E ALUNO. A FACILITAÇÃO DO APRENDIZADO E A EFICÁCIA DO ENSINO
Aulas vagas? Paredões? Alto índice de faltas, reprovas ou abandonos? Baixas notas? Casos de indisciplinas? Constantes reuniões de professores e pais? Conflitos intermináveis? Ronda escolar fixa nas escolas?

Nada disto foi visto nas escolas de profetas, mas como tudo não é unanimidade e por não podermos estabelecer regras no tocante as ações de Deus e mesmo o ambiente sendo totalmente favorável, há de se considerar que havia entre os alunos um, Geazi (2 Rs 5.21-27), que em determinado momento deixou-se iludir e desviou-se como resultado de sua má conduta, tal como aconteceria com Iscariotes (Mt 26.14-16). Ele desaprendeu enquanto aprendia. Triste fim para um homem que tinha um promissor futuro.

Os professores dialogavam com os alunos, o ambiente era propício para a busca de conhecimento e para a audição das inúmeras experiências dos mestres, e eram muitas. Eles não reteram nada, transmitiram com gosto, talvez por isto não tenha ocorrido muitos outros casos de desvio de fé e conduta como o de Geazi.

O ensino foi eficaz, pois facilitou o aprendizado. Não eram meros aventureiros, contratados a peso de ouro, interesseiros.  Davam exemplos, iam à frente (2 Rs 6.3). Eram adeptos da abordagem humanista. Ouviam, atendiam, socorriam, entendiam e respeitavam suas limitações. Estavam atentos às condições dos filhos dos profetas (2 Rs 4.38-42) e sempre interviam diante do perigo. Diziam sim, mesmo sabendo que o resultado não seria o esperado (2 Rs 2.16-18). Por isto que o ensino foi satisfatório.

Isto explica o fato de terem se mantido fiéis ao chamado. Não foram explorados, desprezados ou marginalizados pela liderança. Esta foi a escola dos nossos sonhos. Estes foram os mestres desejados por muitos. Como seria bom que nossas escolas de profetas atuais, a Escola bíblica dominical, fossem de iguais modos administradas e frequentadas. Aulas semanais e não anuais. Frequência total e não esporádica ou devido as festividades.

Referências:
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003

Bíblia Sagrada: Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Baureri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003



[1] Nem mesmo Jesus foi maior que João Batista, haja vista, Jesus não ter nascido de mulher. Sua encarnação é um mistério muito superior ao entendimento humano.
[2] Elias foi levado, tomado e não elevado aos céus, não foi assumpto como houvera sido Jesus (At 1.9; cf Ap 11.12). Elias ouviu e ouvirá o chamado; “venha cá”. Jesus não precisou ouvir isto, Ele mesmo foi.
[3] Como deus daquele século entenda-se também Jezabel, a sidônia, que não deveria estar naquelas terras, influenciando negativamente a propriedade particular do verdadeiro Deus (Ex 19.5)
[4] Desenho imaginário em forma de meia lua das regiões habitáveis e conhecidas da época, que se inicia nos arredores do Golfo Pérsico, antiga Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre, passando por Harã e Monte Hermom, em Canaã, destacando o Mar Morto e os golfos de Acaba e Suez e terminando no entorno da delta do Nilo. 
[5] Paulo se defendeu em hebraico, sua língua e seus acusadores ficaram em silencio. Naquela época o grego era a língua universal e o latim era opção enquanto que o aramaico e seus dialetos tinham mais valor que o esquecido e morto hebraico.
[6] Hebreu de nascimento e egípcio de criação. Ele recusou o último titulo (Hb 11.24)

Por: Ailton da Silva - Ano IV

sexta-feira, 22 de março de 2013

Eliseu e a escola de profetas. Plano de aula


TEXTO ÁUREO
 “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.1,2).

VERDADE PRÁTICA
A escola de profetas objetivava a transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 6.1-7.
1 - E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito.
2 - Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide.
3 - E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei.
4 - E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira.
5 - E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado.
6 - E disse o homem de Deus: Onde caiu? E, mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez nadar o ferro.E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou.
7 - E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou.

PROPOSTA DA LIÇÃO
          Escola: preocupação de Israel com a educação religiosa;
          Os profetas viviam em grupos e careciam de estrutura;
          Samuel, Elias e Eliseu, professores?
          Os alunos se submetiam à autoridade dos líderes;
          Os alunos eram encorajados a compreenderem a Palavra.

a) Currículo (experiência e Palavra) e metodologia:
          Aprendizado baseado na experiência dos líderes;
          Aprendizado baseado na Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO
Os filhos, ou discípulos, dos profetas estavam radicados em Betel, Jericó, Gilgal (2 Rs 2.3,5,7,15; 4.38) e Ramá (1 Sm 19.20), onde estavam instalados alguns núcleos das escolas de profetas, as quais foram primeiramente mencionadas nos tempos do profeta Samuel (1 Sm 10.5), o único ou o primeiro que observou o desvio de Israel da presença de Deus, fato este escandalosamente verificado após o falecimento dos juízes.

O profeta Samuel se dedicou a este grupo, os quais buscavam a Deus, aprendiam a Lei e procuravam viver de forma santa e diferente do restante do povo, para servirem de exemplo e instrumentos.

Este fato serve para mostrar que a educação religiosa já recebia destaque no antigo Israel, porém as escolas de profetas não tinham como propósito ensinar a profetizar, assim como a Escola Bíblica dominical não tem a função de formar pregadores e ou ensinadores, mas a prioridade, tanto da primeira quanto da segunda foi e é levar o povo ao conhecimento da Palavra, a que liberta (Jo 8.32) e a que impede o erro (Mt 22.29).

a) ESCOLA DE PROFETAS – HISTÓRICO BÍBLICO
A escola de profetas foi a prova viva de que o povo de Deus, mesmo em um passado, já se preocupava em transmitir às gerações mais novas sua herança cultural e espiritual. Esta foi a principal atribuição daqueles que conquistaram a Terra prometida (Js 24.16-25), que não foram os mesmos que saíram do Egito (Nm 14.29; Dt 2.14), uma vez que para saírem da escravidão não houve condição estabelecida por Deus, nem mesmo a fé, tanto que saíram muitos estrangeiros com eles, mas para entrarem em Canaã a história foi bem diferente, pois entraram somente os fiéis Josué e Calebe, juntamente com a nova geração que nasceu no deserto.

Através do pacto do Sinai, Israel se prontificou a investir nas futuras gerações para que se mantivessem fiéis a vontade de Deus, mas logo após a entrada em Canaã, as gerações que seguiram foram se esquecendo das obras de Deus, por isto foi necessário um resgate espiritual, um regresso ao ponto de partida (Ex 19.5-8).

O profeta Samuel foi o primeiro a organizar um grupo de profetas, que objetivavam a presença de Deus (1 Sm 10.5-10). A intenção era socorrer espiritualmente, mantendo viva a fé no Deus que constantemente se revelava em Israel. Conforme a oposição aumentava, este grupo se fortalecia ainda mais e como houvera sido levantado e permitido por Deus, jamais se enfraqueceu ou despareceu por completo, mesmo durante ao reinado de Acabe e Jezabel.

Em meio a perseguição jezabélica e diante da apostasia generalizada, este grupo se consolidou em diferentes núcleos, os quais foram inflamados e encorajados depois do grandioso desafio do monte Carmelo (1 Rs 18.19-45) e após o arrebatamento de Elias, momento em que Eliseu iniciou seu ministério profético. Alguns destes profetas estavam escondidos, em virtude das ameaças de Jezabel (1 Rs 18.4, 13) e outros estavam espalhados pelo território de Israel, entre os sete mil fiéis (1 Rs 19.18).

Certamente se procurassem algum tipo de ensinamento ou conteúdo em Acabe, Jezabel ou em Betel e Dã, fatalmente seriam levados à adoração a Baal e aos bezerros de ouro (1 Rs 12.28-29), portanto era necessário pessoas integras, fiéis para ensinarem a Lei e darem exemplo.

Pessoas que foram preparadas para afrontarem a apostasia em Israel, pois “o ensino sempre teve papel primordial na cultura judaico-cristã, a palavra de Deus sempre ocupou lugar primordial na instrução, desde a infância”. Como surgiu este grupo? Quem iniciou este movimento? Porque os alunos eram chamados de “filhos dos profetas”? Qual foi o principal objetivo? Quem foi o maior incentivador? Quem sucedeu Elias após o seu arrebatamento? Sobre isto os professores José Roberto A. Barbosa e Francisco de Assis Barbosa escreveram respectivamente:

“A escola dos profetas, ao que tudo indica, teria sido o primeiro seminário teológico dos tempos bíblicos. Essa escola teria sido organizada por Samuel, que acumulou o ministério de profeta, sacerdote e Juiz (I Sm. 10.5; 19.20). Elias e Eliseu foram os responsáveis pela consolidação da escola dos profetas, a contribuição deles fez com que essa escola funcionasse como resistência à apostasia que havia se estabelecido no reino do norte (II Rs. 2.3; 4.38; 6.1). A escola dos profetas estava fundamentada no ensinamento bíblico, por isso, as instruções eram tanto morais quanto espirituais”.

“O ambiente da escola lembrava uma fraternidade onde os membros eram chamados de “filhos dos profetas” (v. 3,5). A expressão “filhos dos profetas” (hb. bene ba-nabiim) significa que eram membros de uma ordem profética, não que eram descendentes genealógicos dos profetas”. [...] Ora, com a trasladação de Elias quem seria o seu substituto? Ou seja, quem havia de ser o novo líder? Então, Eliseu baseado na lei mosaica (cf. Dt 21.17) pede a Elias a “porção dobrada”, ou seja, os direitos de um filho primogênito. [...] Respondeu Eliseu: ‘Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético’". A “porção dobrada”, portanto, em um primeiro momento, não significava “mais poder” para milagres. Significa, isso sim, mais responsabilidade como o novo líder a representar o legado do antigo líder”.

I. A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE PROFETAS
1. NOÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E FORMA. 
As Escolas de Profetas possuíam uma estrutura física. Os filhos dos profetas viviam em comunidade e, portanto, careciam de espaço não somente para habitarem, mas para serem instruídos (2 Rs 6.1). A estrutura já não suportava o crescimento, estava inadequada, por isto um espaço maior foi reclamado pelos alunos. Algumas correntes de pensamento não acreditam nesta estrutura física das escolas, mas as escrituras nos mostram esta realidade. Sobre isto o professor Francisco de Assis Barbosa escreveu:

“Não há elementos para uma explicação detalhada acerca da existência real, funcionamento e objetivos dessas escolas. Há pesquisadores que acreditam que “escolas de profetas” é linguagem figurada, mas não que tenha sido uma organização. Apesar disso, os textos das Sagradas Escrituras nos dão algumas informações sobre o assunto. As Escolas de Profetas do Antigo Testamento eram agremiações destinadas a congregar jovens crentes em torno dos profetas de Deus para treiná-los na lei divina e ensinar-lhes a ficar à disposição do Senhor, submissos, para o seu serviço. As escolas de profetas surgiram com Samuel (1Sm 10.5,10; 19.20) e foram consolidadas pelos profetas Elias e Eliseu (2Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 6.1; 9.1)”.

Muitos profetas, os quais não conhecemos seus nomes e obras, foram agraciados com os ensinos recebidos nestas escolas, pois aquele ambiente “entende-se que possuía uma certa estrutura física e uma organização mínima para funcionamento a contento”. Para que se tenha uma educação de qualidade necessita-se de uma estrutura adequada. Não podemos educar sem primeiro estruturar!

Eliseu foi o líder na época e seus alunos respeitavam sua autoridade (2 Rs 2.16-18; 6.1-2). Eles viviam em comunidades, alguns eram casados e mantinham seus próprios lares (2 Rs 4.1). Muitos profetas anteriores e posteriores não tiveram estes mesmos privilégios, pois foram chamados, comissionados e enviados ao campo, conforme a necessidade e urgência da obra.

2. NOÇÃO DE ORGANISMO E FUNÇÃO. 
As escolas de profetas estavam sob uma supervisão e, portanto, possuíam um líder espiritual que lhes dava orientações. Este líder foi um ótimo aluno, preparado por Elias, ele aceitou, sentar para aprender, para depois ser levantado para ensinar. Portanto não foi um qualquer, um aventureiro ou interesseiro. Eliseu não era apenas um homem com dons sobrenaturais capaz de prever o futuro ou operar grandes milagres, mas também um profeta que possuía uma missão pedagógica. Sobre isto o professor Francisco de Assis Barbosa escreveu:

“Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado”.

Os estudiosos acreditam que as escolas de profetas surgiram com Samuel (1 Sm 10.5,10; 19,20), o profeta que percebeu a inconstância religiosa de Israel, demonstrada principalmente após as mortes dos juízes levantados por Deus (Jz 2.19).