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sexta-feira, 11 de julho de 2014

O propósito da tentação. Plano de aula

TEXTO ÁUREO
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência (Tg 1.2,3).

VERDADE PRÁTICA
O triunfo sobre a tentação fortalece-nos espiritualmente e nos torna mais íntimos de Deus.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE – Tg 1.2-4,12-15.
2 - Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações,
3 - sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
4 - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
12 - Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 - Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 - Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

PROPOSTA
         Tentação (gr. peirasmos): prova, provação ou teste;
         Somos postos à prova para sermos aprovados;
         “Bem aventurados o varão que sofre a tentação”;
         Origem da tentação: desejos humanos;
         A tentação exterioriza o vício, os desejos e a malignidade;
         Deus nos dá o escape em tempo oportuno;
         Deus prova a nossa fé;
         Podemos permanecer firmes em meio a pressão;
         Paciência e perseverança – não é do dia para a noite.

INTRODUÇÃO 
O homem moderno não está preparado para sofrer, esta é uma verdade fácil de ser constatada até mesmo em muitas igrejas evangélicas que, através da Teologia da Prosperidade, iludem a muitos com a filosofia enganosa do “não sofrimento” fazendo uso de frases de efeito conhecidíssimas e repetitivas. O resultado é que quando o iludido sofre o infortúnio, perde a fé em “Deus” e abandona tudo e todos, mas esta fé perdida é a que é depositada num “deus” que nada tem com as Escrituras! Como “parar de sofrer”? Existe somente um meio: “pare de sofrer – pare de viver”. Jesus nos alertou que enquanto estivéssemos nesta dimensão deveríamos enfrentar de cabeça erguida as adversidades (Jo 16.33).

O sofrimento e a provação não são conseqüências de uma vida de pecado ou falta de fé, mas sim são caminhos delineados por Deus para o nosso aperfeiçoamento. Desta realidade não podemos fugir, tal como outra pessoa qualquer deste mundo, independente de sua crença, o diferencial é que, privilegiados que somos, temos a certeza que tudo coopera para o bem daquele que ama a Deus e que foi chamado (Rm 8.28). Tudo é para glória de Jesus, que pelo seu exemplo de vida nos ensina que devemos enfrentar toda e qualquer situação (Jo 16.33; Mt 5.10-12). Ele nos deixou bem claro que neste mundo não teríamos facilidades. Tal como um soldado ferido na batalha que prossegue até ao fim, assim devemos percorrer nosso caminho mesmo diante das dificuldades (At 14.22).

I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)
1. O QUE É TENTAÇÃO. 
O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”. Tiago nunca afirmou que não passaríamos por estas situações, ele deixou bem claro que receberíamos a coroa da vida quando passássemos pelas provações.

A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado. De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado. Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo processo “probatório”. A própria vida terrena do Senhor Jesus demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado. A Epístola aos Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo foi tentado. Ele foi provado e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não pecou (Hb 4.14-16). Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito, devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo que Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar a força necessária para resistirmos (1Co 10.13).

O período compreendido entre o inicio e o fim da tentação pode mudar nossa vida, ou para o bem ou para o mal, pois é nestes momentos em que os vitoriosos se revelam, se mostram fortes e conhecedores do plano de Deus em suas respectivas vidas, ou pode acontecer o contrário, o desmoronamento de ideias e virtudes. Grandes homens de Deus enfrentaram esta situação e saíram vitoriosos:
a) Abraão, único e primeiro a ser chamado criteriosamente pelo verdadeiro Deus, poderia ter se considerado como o pai de todos aqueles que professassem uma fé. A tentação foi grande;

b) José também poderia ter se considerado “o escolhido” para ser o maior entre os seus irmãos. A tentação foi grande;

c) Moisés poderia se considerar o único capacitado entre seu povo para libertá-los e guiá-los pelo deserto. A tentação de ser o maior foi grande e quase o derrubou;

d) Davi como poderia ter se considerado o “ungido” para viver como rei pelo resto de sua vida. A tentação foi grande.

Estes grandes homens de Deus passaram por situações desagradáveis e tristes e durante algum momento poderiam ter pensado “alto”, mas diferente disto permaneceram confiantes e não se deixaram levar pela tentação de serem os únicos ou maiores entre seus povos. Se tivessem se rendido a tentação eles teriam sofrido ainda mais.

2. FORTALECIMENTO APÓS A TENTAÇÃO (V.2). 
Do mesmo modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão passa pelas tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus (1 Pe 1.7), que outro caminho poderia haver para o fortalecimento da nossa fé e posterior aprovação por parte de Deus? Recursos materiais? Contribuições? Disponibilidade de tempo? Dedicação total à obra? Conhecimento secular?

Quando tentado, o crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal como Cristo, que foi conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora debilitado e provado espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido, tendo em seguida iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do Reino de Deus (Lc 4.1-13). A exemplo de Jesus podemos ser colocados à prova, por vezes podemos sair até mesmo debilitados, mas o certo é que estaremos fortalecidos cada vez mais. Diante disto e o que Tiago nos expôs, compreendemos que pode haver sim “grande gozo quando [cairmos] em várias tentações”. Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar pela tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais fortalecido pela graça de Deus

3. FELICIDADE PELA TENTAÇÃO (V.12). 
Quando o cristão é submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza e à angústia. Mas atentemos para esta expressão: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação”. Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu a felicidade aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações (v.2).

Ser participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes parece paradoxal, porém a Bíblia orienta-nos a que nos alegremos em Deus porque a tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente, culmina na esperança (Rm 5.3-5).

Devemos viver sob a esperança de receber diretamente de Jesus a coroa da vida. Uma recompensa preparada de antemão pelo nosso Senhor para os que o amam. Receberemos a coroa da vida preparada pelo Senhor e prometida aos que o amam, portanto devemos nos alegrar e regozijar em sermos participante das aflições de Cristo, pois é justamente na condição de felicidade verdadeira que Ele nos deixará por toda a eternidade quando da revelação da sua glória (1Pe 4.12,13)!

II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15)
1. A TENTAÇÃO É HUMANA. 
Embora a tentação objetive provar o crente, as Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade humana (Tg 1.13). O ser humano é atraído por aquilo que deseja, nada mais, tal como ocorreu com o primeiro casal Adão e Eva que foram tentados por aquilo que os atraiu, o desejo de serem semelhantes ao Altíssimo (Gn 3.2-6). Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim do Éden, depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9).

A Epístola de Tiago aplica o termo “gerar”, utilizado no versículo 15, à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”, prova disto que o desejo que nasceu no coração do primeiro casal jamais poderia ter vindo de Deus. A transgressão consumada revelou o que havia no coração do casal que habitava jardim do Éden.

A transgressão do primeiro casal trouxe a tristeza, a dor e a morte (Gn 3.16-19; Rm 5.12), com isto todos foram igualados e sujeitos estão ao sofrimento (Rm 2.12). Estas situações desagradáveis, os primeiros pecados não conheceram no Éden, mas quando foram expulsos estiveram frente a frente com a morte, gerada pelo pecado consumado que houvera sido concebido pela cobiça que os atraiu para a tentação.

2. ATRAÇÃO PELA PRÓPRIA CONCUPISCÊNCIA. 
O texto bíblico é claro ao dizer que “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v.14). A tentação exterioriza o vício, os desejos, a malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência. Ser tentado é sentir-se aliciado pela própria malícia ou os sentimentos mais reclusos de nossa natureza má. Temos ouvido o ressoar das suas malícias? Elas nos atraem? Não podemos dar vazão às pulsões interiores, sigamos Jesus e seremos afastados do pecado. Não engravidemos a cobiça, pois o filho dela gerado, o pecado, pode nos matar um dia.

3. DEUS NOS FORTALECE NA TENTAÇÃO. 
Embora a tentação seja fruto da fragilidade humana, quando ouvimos o Espírito Santo, Deus nos dá o escape em tempo oportuno: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13). O Santo Espírito nos fará lembrar a Palavra de Deus para não pecarmos contra o nosso Senhor Altíssimo (Is 30.21; Jo 14.26). Todavia, para que isso seja uma realidade em nossa vida, precisamos cultivar a Palavra de Deus em nossos corações (Sl 119.11).

III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)
1. PARA PROVAR A NOSSA FÉ (V.3). 
Na época de Tiago, os cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de perseguição. No versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo “sabendo”, o qual se deriva do verbo grego ginosko e significa saber, reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem o propósito das lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg 1.12) “para produzir o melhor em nós”, um exercício pratico de nossa fé, uma prova de que realmente nascemos de novo.

À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3). O capítulo 11 da epístola aos Hebreus lista inúmeras pessoas que tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas e aprovadas. Por isso o referido texto bíblico é conhecido como a “galeria dos heróis da fé”.

2. PRODUZIR A PACIÊNCIA (VV.3,4). 
No grego, “paciência” deriva de hupomone e denota a capacidade de perseverar, ser constante, ser firme, suportar as circunstâncias difíceis. A palavra aparece em o Novo Testamento ao lado de “tribulações” (Rm 5.3), aflições (2Co 6.4) e perseguições (2Ts 1.4). Mas também está ligada à esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1Ts 1.3), à alegria (Cl 1.11) e, frequentemente, à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36). O termo ilustra a capacidade de uma pessoa permanecer firme em meio à alguma pressão, pois quem é portador da paciência bíblica não desiste facilmente, mesmo sob as circunstâncias das provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10). Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos diante do enfrentamento das várias tentações (v.1), pois a paciência é resultado da prova da nossa fé e disto sabemos

3. CHEGAR À PERFEIÇÃO. 
A habilidade de perseverar ou desenvolver a paciência não acontece da noite para o dia, depende e envolve o tempo, experiência e maturidade e como torna-se difícil entendermos e aceitarmos isto. O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude da vida cristã, que se dará na eternidade.

A expressão “obra perfeita” traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade espiritual. O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).

CONCLUSÃO
Sabemos que todo cristão passa por aflições e tentações ao longo da vida. Talvez você esteja vivendo tal situação. Lembre-se de que o nosso Senhor Jesus passou por inúmeras tribulações e tentações, mas venceu todas, tornando-se o maior exemplo de vida para os seus seguidores. Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à medida da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada cristã!

OBJETIVOS DA LIÇÃO – FORAM ALCANÇADOS?
  1. Tentação: prova, teste ou uma incitação ao pecado;
  2. A tentação vem da fragilidade humana e não de Deus;
  3. A tentação prova a nossa fé e produz paciência.
REFERÊNCIAS
Bíblia de estudo aplicação pessoal. CPAD, 2003.

Bíblia de Estudo Temas em Concordância. Nova Versão Internacional (NVI). Rio de Janeiro. Editora Central Gospel, 2008.

Bíblia Sagrada. Nova tradução na linguagem de hoje. Barueri (SP). Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada – Harpa Cristã. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2003.

LOURENÇO, Luciano de Paula. O propósito da tentação. Disponível em: http://luloure.blogspot.com.br/2014/07/aula-2-o-proposito-da-tentacao.html. Acesso em 09 de julho de 2014.

Por: Ailton da Silva - Ano VI (desde 2009)

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