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sábado, 13 de setembro de 2014

Neemias:como sair do anonimato? Capítulo 7

CAPÍTULO 7
EX-PORTAS QUEIMADAS (TUDO SE FEZ NOVO)

INTRODUÇÃO:
Jerusalém possuía 12 grandes portas, sendo, cada uma, nomeada de acordo com a sua função, aplicação ou pelas influências que exerciam sobre a vida dos reis, sacerdotes ou moradores:
  • Porta do Gado ou das ovelhas (3.1);
  • Porta do Peixe (3.3);
  • Porta Velha (3.6);
  • Porta do Vale (3.13);
  • Porta do Monturo (3.14);
  • Porta da Fonte (3.15);
  • Porta do Cárcere (12.39);  
  • Porta das Águas (3.26);
  • Porta dos Cavalos (3.28);  
  • Porta Oriental (3.29);
  • Porta de Mifcade (3.31);
  • Porta de Efraim (8.16).  
Elas transmitiam segurança, proteção e defesa, mas também eram usadas estrategicamente pelas autoridades a fim de administrarem os conflitos ou erros do povo (Dt 17.5-8), portanto não eram apenas grandes objetos de madeiras (Ne 3.6), ferro (At 12.10) ou bronze (Sl 107.15,16). Era comum também existirem fontes de água nas proximidades destas portas para facilitar em caso de incêndio durante as tentativas de invasões.

Pela ausência de praças públicas, elas eram utilizadas como locais de concentração do povo para realizarem seus negócios (Jó 29.7; Am 5.10-12), comercializarem seus produtos e para ouvirem a leitura da Lei (Ne 8.1-3) e também serviam de testemunhas para os resgates de autoridade e soberania dos governantes, pois ali eram resolvidas as demandas judiciais (Dt 17.5). Durante as guerras eram os locais mais vigiados, pois se caíssem as portas a cidade seria facilmente dominada.

Todas estavam queimadas e os muros fendidos. Que tipo de segurança havia naquela cidade? A reconstrução deveria ser urgente, mas como, sem ânimo e diante de uma crise sem precedentes? Neemias responsabilizou cada família na reconstrução de trechos do muro. Esta foi a solução encontrada por ele. Atualmente a cidade possui apenas oito portas, sendo a Porta Nova, do Esterco, das Flores, de Jafa, de Damasco, dos Leões, de Sião e a Dourada.

1. A PORTA DO GADO OU DAS OVELHAS (3.1): 
Localização: Próxima ao Templo. Junto a ela encontrava-se o tanque de Betesda (Jo  5.2). Era a menor das portas, pois foi construída justamente para a passagem das ovelhas e não de homens;

Função: Local de passagem das ovelhas para serem lavadas antes de serem sacrificadas no Templo.

Reconstrutores: Os sacerdotes (3.1). “E junto a ele” (3.2) os homens de Jericó.

Significado: Foi a primeira a ser reconstruída e única a ser consagrada. É uma figura de Cristo, a Porta da Salvação e o Bom Pastor (Jo 10.7-9). Na sua segunda vinda Jesus não entrará por esta porta, pois Ele estará na condição de Leão e não mais de Cordeiro. Simboliza a reconstrução do homem e sua posterior conversão.

2. A PORTA DO PEIXE (3.3; 12.39): 
Localização: Localizada ao norte.

Função: Os peixes do rio Jordão e do mar da Galiléia chegavam à cidade por intermédio desta porta e eram comercializados nas imediações, por isto veio a receber este nome.

Reconstrutores: Os filhos de Hassenaá (3.3). “E ao seu lado” (3.4-5) outros homens, exceto alguns nobres e preguiçosos de Tecoa.

Significado: Simboliza a pregação do Evangelho pelo homem, que foi feito pescadores de homens por Jesus (Mt 4.19).  Ressalta a dedicação profética, crescimento e reprodução. O peixe era usado como símbolo, pelos primeiros crentes, pois a palavra grega ICHTHUS, formava o acrônimo Iesus Christus Theou Huios Soter (Jesus Cristo Filho de Deus Salvador).

3. A PORTA VELHA (3.6; 12.39): 
Localização: Na parte mais antiga da cidade (3.6).

Reconstrutores: Joiada, filho de Paséia e Mesulão, filho de Besodias (3.6). “E ao seu lado” (3.7-12) vários homens.

Significado: Ela nos remete ao resgate histórico das tradições dos hebreus, através de suas gerações, redescobrindo os seus tesouros. É um retorno aos caminhos antigos (Jr 6.16), ao princípio, aos marcos antigos, a renúncia ao “eu”, as nossas tradições e vã maneira de viver. Representa também a legítima doutrina cristã, que resiste ao tempo e as investidas malignas.  

4. A PORTA DO VALE (3.13): 
Função: Dava acesso ao vale localizado na parte oeste de Jerusalém.

Reconstrutores: Hanun e os moradores de Zanoa.

Significado: Ela lembra-nos da humilhação, quebrantamento e contrição na presença do Senhor (Sl 51.17b). Esta porta faz nos entender que a nossa vida cristã é composta por altos e baixos, montanhas e vales (Dt 11.11), mas também ela nos mostra que mesmo nos vales é possível vigiarmos, para não nos tornarmos presas fáceis.

5. A PORTA DO MONTURO (2.13; 3.14): 
Função: Servia para escoação do esgoto e lixo da cidade, que seria queimado no vale de Hinom.

Reconstrutores: Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém.

Significado: Representa a purificação do homem, a limpeza dos corações, a escoação do lixo espiritual que serve apenas para interromper a comunhão com Deus. Aquele que está em Cristo, nova criatura é, portanto não tem espaço para a reciclagem, pois tudo se torna novo (II Co 5.17).

a) O vale de Hinom:
O lixo da cidade, os corpos de pessoas consideradas indignas de serem sepultadas e dos animais mortos eram depositados neste vale, para depois serem incinerados. Este foi o lugar onde ofereceram sacrifícios infantis ao deus Moloque (II Rs 16.3; 21.6; II Cr 28.3; 33.6).

6. A PORTA DA FONTE (3.15): 
Localização: Ficava ao sul da cidade próxima ao Tanque de Siloé, onde o cego de nascença foi curado por Jesus! (Jo 9.10,11).

Reconstrutores: Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mispa. “E depois dele” (Ne 3.16,27) vários homens.

Significado: Simboliza os milagres de Deus na vida do cristão, a limpeza do pecado e a vivificação da alma do homem (Sl 119.50), que tem a sua sede de Deus saciada. Representa também a necessidade constante da operação do Espírito Santo na nossa vida.

7. PORTA DE MICFADE OU PORTA DA GUARDA (3.31):
Localização: A nordeste de Jerusalém, ao que tudo indica, ficava adjacente ao Templo.

Função: Dava acesso aos corredores onde ficavam os oficiais que guardavam e vigiavam a cidade. Dela se ouvia os gritos de aviso dos sentinelas que avistavam, ao longe, os inimigos, por isto esta porta deveria estar sempre em perfeitas condições, caso contrário a segurança da cidade ficava comprometida.

Reconstrutores: Malquias, filho de um ourives. Esta foi a décima e última porta a ser restaurada nos muros de Jerusalém.

Significado: Representa alguns dos atributos da igreja, entre os quais, guardar e vigiar os preceitos Divinos (Sl 119.12) e cumprir a comissão divina (Mt 28.18-20).

8. COMENTÁRIOS ADICIONAIS:
  • Se estivessemos em Jerusalém sendo liderados por Neemias trabalharíamos como os demais?
  • Se Neemias nos permitisse escolher uma porta para ajudarmos na reconstrução, qual escolheríamos? Ou daríamos quais desculpas?
  • Porta da ovelha - é muito estreita, difícil de passar, não são todos que conseguem;
  • Porta do peixe - tem cheiro forte. Este povo que se achega a Deus cheio de problemas, com seus vícios, problemas e dificuldades;
  • Porta Velha - está cheia de gente desanimada, antiga;
  • Porta do vale - "meu Deus e meu Pai", livra-nos do mal, chega de luta;
  • Porta do Monturo - lixo espiritual, isto não serve para minha vida;
  • Porta da Fonte - muita neninice, não precisa tudo isto;
  • Porta do Micfade - não precisa orar tanto, vigiar muito é bobagem, Deus sabe todas as coisas;
  • Campanha das 12 portas abertas;
  • É melhor aprendermos com as portas ou com os ferrolhos?
  • As portas estão abertas, cuidado, elas estão queimadas, não se enganem;
  • As portas de Jerusalém estavam abertas (queimadas, destruídas), mas as do céu estavam fechadas. Fato atestado pelo profeta Malaquias;
  • A preocupação da época era com a segurança, guarda de tesouros e patrimônio e proteção dos reinos, por isto não temos como contestar a necessidades de muros em volta das cidades. A mentalidade dos povos era invadir, tomar;
  • A mentalidade da humanidade atual é outra: turismo a pleno vapor, apesar de que os temores ainda existem, mas devido aos inúmeros equipamentos de segurança e vigilância, radares, satélites, equipes de inteligência e outros, as preocupações não sejam tão intensas;
  • Os muros que existem hoje não são para impedir invasões e sim para segregar.
Por: Ailton da Silva - 5 anos (Ide por todo mundo)

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